A Política do PNLD sob a Ótica de Grupos Econômicos: em Foco, a Produção de Livros Didáticos Digitais de Química

Autores

  • Edimarcio Francisco da Rocha Instituto Federal de Mato Grosso
  • Irene Cristina de Mello Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.56117/resbenq.2020.v1.e012002

Palavras-chave:

Material didático; Livros digitais; Política educacional.

Resumo

Neste trabalho, discutimos a produção de livros didáticos de Química, em especial, as obras aprovadas no PNLD de 2015, com o objetivo de determinar os motivos pelos quais o MEC tenha incluído a possibilidade de livros em versões digitais. Tendo como referencial teórico-metodológico a abordagem Ciclo de Políticas, analisamos os documentos oficiais que direcionaram o processo de aquisição das obras, considerando a conjuntura histórica dos programas de livros didáticos e entrevistas com atores envolvidos na produção das obras de Química para o PNLD de 2015. A partir dos dados, elaboramos uma matriz em que designamos três domínios existentes sobre o PNLD: o Político, o Econômico e o Pedagógico. Esses domínios se inter-relacionam e envolvem autores, editoras, o próprio MEC, professores e outros grupos econômicos associados ao setor de tecnologia digital, em um complexo sistema de disputas para assegurar determinações na condução dessa política educacional. Em duas categorias de análise, a Inclusão do Livro Digital e a Produção dos Livros Digitais, descrevemos como o mercado influenciou a decisão de incluir os livros digitais no edital e como autores e editoras assimilaram essa demanda. Os resultados indicam que nos bastidores da política, a finalidade pedagógica do livro é direcionada a fins econômicos, sendo o livro didático digital mais um produto destinado a gerar lucro para o mercado financeiro.

Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Artigos Científicos