Manifesto por uma Ortografia Convergente em Língua Portuguesa em Textos Acadêmicos de Química

Autores

  • Ricardo Bastos Cunha Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.56117/resbenq.2024.v5.e052409

Palavras-chave:

Vocabulário Ortográfico, Língua Portuguesa, Comunicação Científica

Resumo

Entre as diversas variedades linguísticas de um idioma, uma se destaca: a variedade padrão, que inclui a ortografia padrão. Essa ortografia padrão permite que as palavras sejam escritas de forma uniforme e compreensível para todos os leitores, tornando a comunicação clara e precisa, requisito fundamental no ensino de ciências e na comunicação científica. Nesse sentido, a Academia Brasileira de Letras (ABL) publicou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), que é uma coletânea de palavras com registro formal culto na língua portuguesa e que representa a ortografia oficial em língua portuguesa na variedade padrão. A ortografia adequada das palavras e o uso apropriado das expressões idiomáticas são essenciais para a correta compreensão e interpretação dos textos. A falta de atenção à ortografia pode levar a mal-entendidos e confusão na comunicação. Além disso, erros ortográficos podem prejudicar a credibilidade e a imagem do escritor. Este ensaio reúne diversos achados de palavras comumente utilizadas em textos de química registradas em desconformidade com a ortografia padrão, tanto em textos didáticos quanto de comunicação científica, incluindo editais de concursos públicos, ementas, programas e apostilas de disciplinas, monografias, dissertações, teses e até artigos científicos. Também aborda problemas de tradução de termos técnicos de outras línguas (principalmente inglês) para o português. Por fim, roga-se pela convergência da ortografia científica na língua portuguesa e pelo respeito às regras gramaticais de formação de palavras e ao vocabulário ortográfico oficial da língua portuguesa, pactuados pelas academias de letras dos países que compõem a comunidade dos países de língua portuguesa.

Biografia do Autor

Ricardo Bastos Cunha, Universidade de Brasília

Possui graduação em Química pela Universidade de Brasília (1991), mestrado em Química Analítica pela Universidade de Brasília (1997) e doutorado em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília (2003). É professor associado da Universidade de Brasília, lotado na Divisão de Química Analítica do Instituto de Química, onde coordena o Laboratório de Química Bioanalítica. Tem experiência na área de química analítica, com ênfase em espectrometria de massa, atuando principalmente nos seguintes temas: espectrometria de massa de proteínas, peptídeos e peptoides, proteômica, toxinologia e química forense. De 2014 a 2022 esteve cedido para o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), instituição responsável pelo planejamento, organização e execução de avaliações educacionais e de sistemas de ensino, incluindo o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), além de concursos públicos, processos seletivos e certificações. No Cebraspe, exerceu os cargos de Diretor Técnico, Coordenador de Desenvolvimento de Instrumentos de Seleção, Ouvidor, Compliance Officer e Data Protection Officer (DPO) — funções que ainda exerce. Atualmente, é consultor do Cebraspe, exercendo diversas atividades relacionadas ao desenvolvimento de instrumentos de avaliação (além de DPO e Compliance Officer).

Referências

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Publicado

2024-12-13

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