O Recuo da Teoria nas Atuais Reformas Curriculares Analisadas a partir da Pedagogia Histórico-crítica
DOI:
https://doi.org/10.56117/resbenq.2023.v4.e042311Palavras-chave:
Políticas educacionais, Formação de professores, Pedagogia histórico-críticaResumo
Este estudo tem como objetivo identificar e analisar elementos relacionados ao recuo da teoria presente nas atuais políticas curriculares, tanto na educação básica, com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Novo Ensino Médio (NEM), quanto nas novas diretrizes para a formação inicial de professores da educação básica (Resolução CNE/CP nº 2/2019), em específico na Química. Para fundamentar o debate deste artigo, partimos da concepção de currículo da pedagogia histórico-crítica, definindo assim o que é essencial à escola: a socialização dos conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos historicamente construídos pela humanidade. Para seleção desses conhecimentos, um dos principais critérios é o de “clássico”, aquele conhecimento que resistiu ao tempo, que extrapola o momento em que foi formulado e mantém-se referente ao longo do tempo. A partir dos fundamentos dessa teoria, embasamos as críticas destinadas às atuais reformas da BNCC e do NEM, sua organização e enfoque pedagógico, que refletem na formação inicial de professores a partir da Resolução CNE/CP nº 2/2019. Os resultados da nossa pesquisa indicaram que há poucas referências aos conhecimentos científicos nos documentos em questão, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades instrumentais, inviabilizando a apropriação dos conhecimentos clássicos da ciência e da Química. Compreendemos que os documentos promovem uma formação flexível e superficial à lógica neoliberal, em que o recuo da teoria ocorre e se conecta enquanto projeto de formação alienada e alienante da classe trabalhadora. Tal recuo na teoria se coloca na contramão de uma formação crítica em uma perspectiva omnilateral, por meio da apropriação dos conhecimentos clássicos que permitem uma compreensão não alienada e para além das aparências de nossa sociedade.
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