Uma Proposta de Mapa Conceitual Digital para Compreensão dos Conceitos de Multiletramentos e Multimodalidade
DOI:
https://doi.org/10.56117/resbenq.2024.v5.e052401Resumo
Este estudo propõe dois mapas conceituais digitais para facilitar a compreensão dos conceitos de multiletramentos e multimodalidade, importantes para a análise de imagens em livros didáticos de Ciências. Por meio da integração desses conceitos, realizou-se uma análise mais detalhada de imagens presentes em um livro didático de Ciências, voltado para os anos finais do Ensino Fundamental. A compreensão dos conceitos de multiletramentos e multimodalidade torna-se cada vez mais relevante, tendo em vista que o acesso à informação e à comunicação ocorrem de forma intensa e em diversos formatos. O mapa conceitual digital é uma ferramenta que pode auxiliar na organização desses conceitos e na sua compreensão de forma mais clara e objetiva. A utilização destes como ferramenta de análise, por sua vez, permite uma investigação mais profunda das imagens presentes nos livros didáticos de Ciências, que muitas vezes são utilizadas para o ensino de conceitos científicos. A partir dessa análise, é possível identificar como os modos semióticos visuais são utilizados na construção do conhecimento científico, bem como avaliar a eficácia dessas imagens como ferramenta pedagógica. Dessa forma, a proposta de mapa conceitual digital apresentada neste trabalho tem um caráter inovador para a leitura e compreensão de conceitos sobre multiletramentos e multimodalidade, materializados, por exemplo, nos recursos digitais que permitem combinar diferentes modos semióticos, como palavras, gestos, sons e imagens. O crescente uso de recursos multimodais destaca cada vez mais a imagem na sociedade, tornando-a um elemento chave na comunicação contemporânea. Posteriormente, os conceitos de multiletramentos e multimodalidade serão integrados às categorias de análise da Gramática do Design Visual, desenvolvida por Kress e van Leeuwen, o que permitirá a realização de um estudo mais detalhado das imagens presentes em livros didáticos de Ciências dos Anos Finais do Ensino Fundamental, de forma a avançar a análise para temas como, por exemplo, o conceito de átomo.
Referências
Albuquerque, T. C. C. (2018). Uma imagem vale mais com mil palavras: estudo sobre a produção de textos multimodais para o ensino do conceito de respiração pulmonar [Tese de Doutorado, Universidade Federal Rural de Pernambuco].
Alves, E. G. (2011). Um estudo multimodal de textos didáticos sobre o efeito fotoelétrico [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais].
Alves, F. C. (2019). Imagens fotográficas nos livros de Química aprovados pelo PNLD 2018: a cinética química em questão [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Alagoas].
Ausubel, D. P. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa, Portugal: Plátano.
Ausubel, D. P., Novak, J. D., & Hanesian, H. (1980). Psicologia Educacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Interamericana.
Barbosa, V. S., Araújo, A. D., & Aragão, C. O. (2016). Multimodalidade e multiletramentos: análise de atividades de leitura em meio digital. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, 16(4), 623-650. https://doi.org/10.1590/1984-639820169909.
Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora.
Bunzen, C. (2017). Reflexões sobre práticas de letramento digitais nos livros didáticos de Português para o Ensino Fundamental II. In: Pesce, L., & Jardim, V. (Org.). Educação, tecnologias e empoderamento freiriano: desafios e possibilidades dos grupos sociais contemporâneos (pp. 87-106). Uberlândia, MG: Navegando.
Carregosa, S. A. (2019). Uma (re)leitura de textos publicitários multimodais em outdoor a partir da gramática do design visual [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe].
Dimopoulos, K, Koulaidis, V., & Sklaveniti, S. (2003). Towards an analysis of visual images in school science textbooks and press articles about science and technology. Research in Science Education, 33, 189-216.
Ferry, A. S. (2016). Análise estrutural e multimodal de analogias em uma sala de aula de Química [Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais].
Gomes, F. W. B., Barbosa, I. M. F., Lima, R. A., & Gomes, J. P. (2019). Texto, imagem e letramento visual. Teresina, PI: EDUFPI.
IHMC – Florida Institute for Human & Machine Cognition. CmapTools. Versão 6.04. Disponível em: https://cmap.ihmc.us/cmaptools/. Acesso em: 30 abr. 2024.
Justi, R. (2019). Modelos e modelagem no ensino de química: um olhar para aspectos essenciais pouco discutidos. In: Santos, W. L. P., Maldaner, O. A., & Machado, P. F. L. (Org.). Ensino de química em foco (2. ed., pp. 209-229). Ijuí, RS: Unijuí.
Kress, G., & Van Leeuwen, T. (2021). Reading images: the grammar of visual design. 3. ed. London, NY: Routledge.
Lima, M. S., & Queiroz, S. L. (2019). Letramento gráfico: perspectivas presentes nos PCNEM e ações no ensino de química. Química Nova na Escola, 41(3), 300-313.
Martins, I. (2006). Analisando livros didáticos na perspectiva dos estudos do discurso: compartilhando reflexões e sugerindo uma agenda para a pesquisa. Pro-Posições, 17(1), 117-136.
Martins, I. (2007). Quando o objeto de investigação é o texto: uma discussão sobre as contribuições da análise crítica do Discurso e da análise multimodal como referenciais para a pesquisa sobre livros didáticos de ciências (pp. 95-116). In: Nardi, R. (Org.). A pesquisa em ensino de ciências no Brasil: alguns recortes. São Paulo: Escrituras.
Mortimer, E. F., & Quadros, A. L. (Org.) (2018). Multimodalidade no ensino superior. Ijuí: Unijuí.
Nascimento, R. G., Bezerra, F. A. S., & Heberle, V. M. (2011). Multiletramentos: iniciação à análise de imagens. Linguagem & Ensino, 14(2), 529-552.
Novak, J. D., & Gowin, D. B. (1999). Aprender a aprender. 2. ed. Lisboa: Plátano.
Novak, J. D. (2000). Aprender, criar e utilizar o conhecimento: mapas conceituais como ferramentas de facilitação nas escolas e empresas. Lisboa, Portugal: Plátano.
Peña, A. O, Ballesteros, A., Cuevas, C., Giraldo, L., Martin, I., Molina, A., Rodríguez, A., & Vélez, U. (2005). Mapas conceituais: uma técnica para aprender. São Paulo, SP: Loyola.
Pernambuco (Estado). (2023). Secretaria de Educação e Esportes. Currículo de Pernambuco para o Ensino Médio. Pernambuco. Disponível em: http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=18&art=5428. Acesso em: 10 fev. 2023.
Rojo, R., Karlos-Gomes, G., & Silva, A. M. S. H. (2022). Multiletramentos na escola: uma entrevista com Roxane Rojo. EDUCITEC – Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico, 8, 1-12.
Sánchez, A. C. (2017). A multimodal concept map approach to L2 writing: emancipating non-native english students. International Journal of Languages, Literature and Linguistics, 3(4), 234-237.
Trindade, J. O.; & Souza, A. R. (2023). Análise multimodal de imagens em livros didáticos de Ciências. In: Encontro Nacional de Ensino de Química, 21., 2023, Uberlândia.
Usberco, J., Martins, J. M., Schechtmann, E., Ferrer, L. C., & Velloso, H. M. (2018). Companhia das ciências, 6. ano: ensino fundamental, anos finais, manual do professor. 5. ed. São Paulo, SP: Saraiva.
Vygostsky, L. S. (2008). Pensamento e linguagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes.
Publicado
Edição
Seção
Licença Creative Commons
Todas as publicações da Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Química estão licenciadas sob licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. (CC BY 4.0).
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attributionque permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line(ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).