Formação Profissional e Experiências dos Professores de Química da UFV na Inclusão Educacional de Surdos

Autores

  • Raquel Alves Bozzi Universidade Federal de Viçosa
  • Vinícius Catão Universidade Federal de Viçosa

DOI:

https://doi.org/10.56117/resbenq.2021.v2.e022105

Palavras-chave:

Formação docente. Inclusão educacional dos surdos. Química.

Resumo

As discussões sobre Educação Inclusiva nos últimos 25 anos enfatizam a importância de se ter oportunidades de acesso igualitário ao conhecimento para todos, sem obstáculos ou segregações. Para se efetivar a inclusão educacional é necessário articular um trabalho em conjunto com todos os profissionais envolvidos neste processo, sendo um deles o professor. É importante que este profissional reflita constantemente sobre as diferentes demandas relativas à sua ação formativa, buscando articular estratégias metodológicas que contemplem a diversidade e favoreçam a construção de novos conhecimentos, sem distinção. Considerando tais pressupostos, o presente trabalho discutirá uma pesquisa qualitativa com abordagem exploratória que objetivou investigar a formação profissional e experiências relacionadas a inclusão educacional dos surdos de nove professores do curso de Química (Licenciatura e Bacharelado) da Universidade Federal de Viçosa (MG), Campus Viçosa. Nesta investigação, buscou-se conhecer as percepções sobre a Educação Inclusiva desses professores, as possíveis formas de mediar o conhecimento científico em espaços inclusivos e as abordagens metodológicas que eles utilizariam para favorecer o ensino e a aprendizagem da Química em salas de aula com surdos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e submetidos a análise de conteúdo proposta por Bardin. Como resultado, verificou-se que a capacitação dos professores para atuarem com a inclusão em geral e dos surdos estava aquém do desejável para as demandas trazidas pelo momento atual nas universidades brasileiras, sendo que eles demonstraram concepções muito gerais e que se alicerçavam apenas em reflexões superficiais e em trocas informais de experiências com alguns colegas. Isso demonstra o grande desafio que ainda se mostra frente o processo de inclusão dos surdos e demais estudantes, sobretudo no contexto atual, em que as políticas inclusivas favorecem a inserção desses sujeitos nos diferentes espaços educativos. Como a Universidade é um espaço de formação profissional, se mostra urgente expandir esta discussão para a formação dos professores em serviço, por meio de capacitações fomentadas pela própria instituição, considerando que tal temática não fez parte da trajetória da maioria deles. Além disso, urge a necessidade de uma discussão sistematizada sobre as questões inclusivas na formação inicial dos professores de Química, não se restringindo apenas à disciplina de Libras que é obrigatória nos cursos de Licenciaturas. Com isso, verifica-se na prática a necessidade de se ter uma adequada capacitação que contemple o trabalho integrado com outros profissionais especialistas. Assim, os professores poderão estar mais aptos para articularem a mediação do conhecimento frente às muitas demandas da inclusão, podendo promover ações formativas em sala de aula de Química que de fato consigam contemplar as diferenças e favoreçam acesso efetivo ao conhecimento científico.

Publicado

2021-11-17

Edição

Seção

Artigos Científicos