Os Problemas Filosóficos do Sistema de Classificação Químico
DOI:
https://doi.org/10.56117/resbenq.2024.v5.e052416Palavras-chave:
Classificações. Filosofia da Química. Ensino.Resumo
Este artigo aborda a temática das classificações na filosofia da ciência, um aspecto central na Química, mas frequentemente negligenciado na filosofia científica. A discussão se concentra em entender as razões para essa marginalização e como as classificações são tratadas nas áreas da ciência e da filosofia da ciência. A investigação revela que o positivismo lógico, embora não dominante, ainda influencia os currículos e a pedagogia da química, obscurecendo o debate sobre classificações na pesquisa e no ensino. O ensino dos sistemas de classificação é fundamental para a compreensão dos conceitos químicos, permitindo que os alunos identifiquem padrões e tendências. Contudo, as abordagens pedagógicas atuais muitas vezes falham em capturar a complexidade e diversidade da disciplina. O artigo propõe a integração da filosofia da química no ensino, defendendo que essa perspectiva crítica estimula os alunos a questionar, analisar e contextualizar o conhecimento adquirido. Também se analisa o estatuto epistemológico, cognitivo e pedagógico das classificações, destacando sua importância para uma formação sólida. A falta de interesse em conteúdos históricos na química é atribuída à influência do positivismo lógico, que marginaliza a filosofia da química em relação a outras áreas do conhecimento. A integração dessa filosofia no ensino melhora a compreensão dos conceitos e desenvolve o pensamento crítico, além de promover reflexões sobre implicações éticas e sociais. Portanto, reavaliar a importância das classificações e da filosofia no ensino de química é essencial para promover um aprendizado mais abrangente e crítico, pois a classificação é vital para estruturar o conhecimento químico, contribuindo para uma formação mais completa dos estudantes.
Referências
Adúriz-Bravo, A. (2003). Epistemological foundations of school science. Science & Education, 12(1), 27-43.
Alves, M. V. dos S., & Núñez, I. B. (n.d.). Explicar a estrutura e propriedades físicas das substâncias e materiais: uma abordagem sistêmica do conteúdo como proposta inovadora de ensino. Disponível em: https://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R1345-1.pdf. Acesso em: 19 dez. 2023.
Apple, M. W. (1982). Ideologia e currículo. Brasiliense.
Aranha, M. L. de A., & Martins, M. H. P. (1993). Filosofando: Introdução à filosofia. Moderna.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.
Bowker, G. C., & Star, S. L. (1999). Sorting things out: Classification and its consequences. MIT Press.
Caldwell, B. (1982). Beyond positivism: Economic methodology in the twentieth century. George Allen & Unwin.
Daston, L. (Ed.). (2017). Science in the archives: Pasts, presents, futures. University of Chicago Press.
Dupré, J. (1993). The disorder of things: Metaphysical foundations of the disunity of science. Harvard University Press.
Foucault, M. (1966). The order of things: An archaeology of the human sciences. Vintage Books.
Gaudêncio, J. S., et al. (2023). Teorias de aprendizagem no ensino de química: Uma revisão de literatura a partir de artigos da revista Química Nova na Escola (QNEsc). Química Nova na Escola, 45(2).
Hahn, H., Neurath, O., & Carnap, R. (2018). A concepção científica do mundo: O círculo de Viena. Cadernos de Pesquisa, 48(168), 147-162. Disponível em: https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article/view/1220/1 011. Acesso em: 30 jul. 2024.
Harre, R. (2011). Essencialismo: Uma perspectiva filosófica. In Essencialismo e suas implicações. Editora XYZ.
Kuhn, T. S. (1962). The structure of scientific revolutions. University of Chicago Press.
Lamża, L. (2010). How much history can chemistry take? HYLE – International Journal for Philosophy of Chemistry, 16(2), 104-120.
Lefèvre, W. (2011). Viewing chemistry through its ways of classifying. Foundations of Chemistry, 13(3).
Lima, C. M. C. F., & Silva, J. L. P. B. (2023). Classificação das substâncias químicas: Um conceito pouco explorado no ensino químico. Química Nova, 44(4), 484-492. https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170667. Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/LctBDy3j48XvcTbhvkHSjbM/#. Acesso em: 26 jul. 2023.
Linnaeus, C. (1735). Systema naturae. Theodorum Haak.
Melo, J. R. de, & Carmo, E. M. (2009). Investigações sobre o ensino de genética e biologia molecular no ensino médio brasileiro: Reflexões sobre as publicações científicas. Ciência & Educação (Bauru), 15(3), 592–611.
Mendeleev, D. I. (1869). Periodic law of chemical elements. Journal of the Russian Chemical Society, 1, 60-77.
Needham, P. (2006). Ontologia e lógica química. Química Nova, 29(5), 1079-1083. https://doi.org/10.1590/S0100-40422006000500018
Parrochia, D., & Neuville, P. (2013). Rumo a uma teoria geral das classificações. Birkhäuser.
Pauling, L. (1939). The nature of the chemical bond and the structure of molecules and crystals: An introduction to modern structural chemistry. Cornell University Press.
Pombo, O. (1998). Da classificação dos seres à classificação dos saberes. Ciência e Técnica Vitivinícola, 2, 19-33.
Ribeiro, M. A. P. (2014). Integração da filosofia da química no currículo de formação inicial de professores: Contributos para uma filosofia no ensino. Tese doutoral. Universidade de Lisboa.
Santos, S. de J., Ribeiro, M. A. P., & Labarca, M. (2016). Filosofia da classificação no ensino de química. In Anais do XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química. Florianópolis.
Scerri, E. (2007). The periodic table: Its story and its significance. Oxford University Press.
Scerri, E. R. (2009). The optimal form of the periodic table, if any. Foundations of Chemistry, 11(3), 185-197. https://doi.org/10.1007/s10698-009-9092-7
Schummer, J. (1998). The chemical core of chemistry: A conceptual approach. HYLE: International Journal for Philosophy of Chemistry, 4(1), 129–162.
Slater, M. H. (2015). Natural kinds and classification in scientific practice. Routledge.
Vihalem, J. (2007). Essencialismo na ciência e na filosofia. Revista Brasileira de Filosofia, 12(3), 45-67.
Publicado
Edição
Seção
Licença Creative Commons
Todas as publicações da Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Química estão licenciadas sob licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. (CC BY 4.0).
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attributionque permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line(ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).