Problemas Ontológicos dos Conceitos Químicos: uma revisão bibliográfica
DOI:
https://doi.org/10.56117/resbenq.2024.v5.e052413Palavras-chave:
Ontologia, Conceitos Químicos, Filosofia da QuímicaResumo
A filosofia da química investiga e os fundamentos ontológicos dos conceitos químicos. Questões como a estrutura conceitual, a mereologia, o reducionismo e a natureza das substâncias são centrais nesse campo. Nessa perspectiva, de modo a realizar um panorama geral desse campo, realizou-se uma pesquisa do tipo bibliográfica, com o objetivo de identificar os principais problemas ontológicos na química. A filosofia da química foi o objeto de pesquisa, sendo que a investigação se concentrou em duas das principais revistas acadêmicas especializadas, Hyle e Foundations of Chemistry. Autores influentes como Eric Scerri e Vanessa Seifert exploram abordagens variadas, desde interpretações estruturalistas até visões mais dinâmicas dos processos químicos. A discussão sobre a mereologia destaca-se ao examinar as relações parte-todo nos sistemas químicos, enfatizando as propriedades emergentes que surgem de interações complexas entre componentes químicos. O debate sobre o reducionismo na filosofia da química oscila entre a integração completa da química aos princípios físicos fundamentais e a defesa da autonomia ontológica da química como disciplina. Este debate é crucial para entender como os níveis de explicação na química se relacionam com outras ciências naturais e se as propriedades químicas podem ser completamente reduzidas a leis físicas mais fundamentais. A definição de substância química emerge como um ponto crítico na filosofia da química, influenciada por diferentes perspectivas epistemológicas que moldam como concebemos entidades químicas individuais e suas propriedades distintivas. Esse aspecto reflete a interação entre teorias científicas e conceitos filosóficos subjacentes que moldam nossa compreensão das entidades químicas no mundo natural. A filosofia do processo na química enfatiza a dinâmica e a temporalidade dos fenômenos químicos, ressaltando o papel do contexto e das condições ambientais na determinação das transformações químicas. Essa abordagem destaca como os processos químicos não são apenas estáticos, mas também evolutivos e dependentes de uma série de fatores contextuais que influenciam suas dinâmicas.
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