Qual o lugar da Imaginação na Filosofia da Química? Implicações para o Ensino de Química

Autores

  • David Monteiro de Souza Junior Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Vinícius Carvalho da Silva Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.56117/resbenq.2024.v5.e052421

Palavras-chave:

Filosofia da química. Imaginação. Epistemologia

Resumo

Parte da atividade do químico é lidar com os modelos e representações tanto para explicar fenômenos físico-químicos quanto para guiar a prática experimental em laboratório, seja de pesquisa, ensino ou na indústria. O uso de modelos, como os modelos moleculares por exemplo, ajuda o químico a compreender a distribuição espacial dos átomos em uma molécula, sua geometria e as interações químicas que ela realiza, assim como, suas propriedades físico-químicos, sua acidez e basicidade e as transformações que pode sofrer. Os modelos podem ser classificados como materiais ou abstratos, tendo também propriedades icônicas, analógicas e simbólicas. Os modelos também são instrumentos fundamentais no ensino de química. A questão que este trabalho coloca é, qual é o lugar da imaginação na filosofia da química? E também buscamos refletir sobre suas implicações para a formação do químico. Para responde-la recorreremos a epistemologia do conhecimento pessoal de Michael Polanyi (1891-1976) e a concepção de imaginação como construção metafórica de C. S. Lewis (1898-1963). Concluímos que o espaço onde o químico habita (seja em sala de aula ou no laboratório, de ensino ou pesquisa) é um espaço de criação de modelo, onde ele os manipula, interpreta, avalia e os testa numa dinâmica de construção explicativa. Ou seja, o lócus da imaginação na filosofia da química é a representação imagética que a química faz do mundo, instituindo as bases da construção e articulação de um imaginário químico que orienta as relações simbólicas dentro da comunidade dos químicos, no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula e na formação de novos químicos e pesquisadores laboratoriais.

Biografia do Autor

David Monteiro de Souza Junior, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

David Monteiro de Souza Junior, é licenciado, mestre e doutorando em química. Atua na pesquisa em química orgânica sintética, pelo Instituto de Química da UFMS, como membro do laboratório de Síntese Molecular, SINTMOL (InQui - UFMS), além de desenvolver a integração entre química, história, filosofia e literatura de ficção científica em uma visão pedagógica e epistemológica sobre a construção da imaginação científica e do imaginário químico na formação do pesquisador em química orgânica sintética. Colabora com os grupos de pesquisa Physikós, de filosofia e história da ciência e cosmologia (FACH/ InFi - UFMS), e GPEECT, Grupo de Pesquisa em Epistemologia e Ensino de Ciência e Tecnologia (InFi - UFMS).

Vinícius Carvalho da Silva, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Vinícius Carvalho da Silva é Doutor em Filosofia da Ciência e Teoria do Conhecimento pela UERJ, Pós-doc (IMS-UERJ) e professor da Faculdade de Ciências Humanas e do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências do Instituto de Física da UFMS, onde coordena o Grupo de Pesquisa Physikós - Estudos em História e Filosofia da Física e da Cosmologia.

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Publicado

2024-12-30

Edição

Seção

Dossiê