Elementos de História e Filosofia da Química Segundo Professores do Ensino Médio: relações química/sociedade

Autores

  • Marcos Paulo Hirayama Centro de Educação Profissional de Campinas (Ceprocamp)
  • Paulo Alves Porto Instituto de Química - Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.56117/resbenq.2021.v2.e022104

Palavras-chave:

História e Filosofia da Química. Atividade docente. Relações entre Química e Sociedade.

Resumo

Neste trabalho, investigou-se a apropriação de elementos da história e da filosofia da química por cinco professores do Ensino Médio, por meio da discussão de atividades integrantes do material didático componente do Currículo do Estado de São Paulo. A questão de pesquisa centrou-se, basicamente, na verificação de dois aspectos: quais elementos de história e filosofia da química eram considerados relevantes pelos docentes para discussão em sala de aula; e em que medida tais elementos se relacionavam com aspectos atuais da interface entre filosofia da química e ensino de química. Para tanto, tomou-se como referência os níveis de complexidade para o ensino de química descritos por Sjöström e Talanquer. A partir de uma abordagem exploratória qualitativa de estudo de caso, foram entrevistados cinco professores de química da rede pública de ensino que se voluntariaram para participar da pesquisa. Os resultados evidenciaram que, de modo geral, embora os professores considerem relevantes determinados assuntos relacionados à história e filosofia da ciência e afirmem inseri-los, em alguma medida, em suas práticas, os motivos pelos quais conferem importância a algumas discussões podem limitar a compreensão dos estudantes acerca da complexidade da ciência. Os professores apontaram que desenvolvem (ou já desenvolveram) em sala de aula atividades que abordam diversos contextos relacionados ao desenvolvimento científico e tecnológico, bem como questões ambientais, o que indica a influência do enfoque ciência-tecnologia-sociedade-ambiente na elaboração de materiais didáticos e orientações curriculares a partir da década de 1990. O referencial de Sjöström e Talanquer se mostrou útil para analisar os discursos empregados pelos professores para descrever suas motivações, objetivos e práticas, permitindo constatar que, embora as ideias desses profissionais se situem, em princípio, no nível da química aplicada, por vezes avançam para o campo da socioquímica. O trabalho no nível da química crítico-reflexiva encontra obstáculos para sua concretização, tais como as demandas focadas em conteúdos voltados aos vestibulares. Os resultados podem fornecer contribuições para a formação de professores, no sentido de promover reflexões sobre aspectos da história e da filosofia da química (tal como a centralidade da síntese química e seu impacto na transformação da realidade material) e acerca dos próprios objetivos do ensino de química voltado à construção da cidadania.

Biografia do Autor

Marcos Paulo Hirayama, Centro de Educação Profissional de Campinas (Ceprocamp)

Marcos Paulo Hirayama, bacharel e licenciado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é mestre em Ensino de Ciências pelo Programa Interunidades de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo (USP).

Paulo Alves Porto, Instituto de Química - Universidade de São Paulo

Paulo Alves Porto, bacharel e licenciado em Química pela USP, mestre e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, livre docente em Ensino de Química pela USP, é professor do Instituto de Química da USP e coordenador do Grupo de Pesquisa em História da Ciência e Ensino de Química (GHQ).

Publicado

2021-11-17

Edição

Seção

Artigos Científicos