https://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/issue/feedRevista da Sociedade Brasileira de Ensino de Química2024-11-21T12:13:36+00:00Editoria-chefe da ReSBEnQrevista@sbenq.org.brOpen Journal Systems<p><strong>As submissões estarão suspensas do período de 16 de dezembro de 2024 a 31 de janeiro de 2025.</strong></p> <p> </p> <p>A <strong>Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Química - ReSBEnQ</strong> foi idealizada como parte constitutiva do processo de criação da <strong>Sociedade Brasileira de Ensino de Química – SBEnQ, </strong>aprovado em julho de 2016, no XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química – XVIII ENEQ, realizado na UFSC e oficialmente criada em Assembleia Geral realizada em 18 de julho de 2018, durante o XIX ENEQ, na UFAC, na qual teve a primeira diretoria eleita.</p> <p>No ato oficial de fundação da SBEnQ foi também aprovado o estatuto que rege a sociedade, no qual a revista se constitui como um dos seus objetivos: Título I – Da Constituição e Finalidade, Art. 3° – “Para atingir seu objetivo, a SBEnQ deverá, sem prejuízo de outras atividades: ... c) Publicar uma revista científica de Ensino de Química”. Dessa forma, a ReSBEnQ é componente estatutário da SBEnQ e, como tal, tem sua gestão e funcionamento articulados com os objetivos dessa sociedade e de toda a comunidade de pesquisa em Educação e Ensino de Química. </p> <p>Nesse sentido, a ReSBEnQ pretende contribuir para a divulgação e engrandecimento da produção científica de uma comunidade de pesquisadores, professores, estudantes e profissionais da educação que atuam na área de Educação e Ensino de Química, reconhecida nacional e internacionalmente pela elevada qualidade dos trabalhos nessa área de conhecimento. </p> <p>A ReSBEnQ é uma revista acadêmica com publicação em fluxo contínuo e tem a sua organização feita por uma Equipe Editorial, um Conselho Editorial e pelo menos um Assistente Editorial, contando com a colaboração de um corpo de pareceristas.</p>https://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/188Inserção de Saberes Tradicionais no Ensino de Química: a necessária coerência teórica2024-11-21T12:10:11+00:00Saulo Quintana Gomessaulo.quintana@ufca.edu.br<p>O presente trabalho, de natureza teórica, constitui um ensaio sobre a coerência teórica na inserção de saberes tradicionais no ensino de química. Seu objetivo é compor um olhar filosófico sobre tal inserção e argumentar a favor de uma reflexão epistemológica e política sobre esta temática dentro do campo nascente da filosófica do ensino de química. Os saberes científicos e tradicionais são caracterizados e sua relação é problematizada. Discutem-se os possíveis objetivos do diálogo entre tais saberes no ensino de ciências/química. Então, problematiza-se o olhar a partir do qual se pode investigar culturas em busca de identificar saberes tradicionais análogos aos saberes químicos. Finalmente, são discutidas articulações teóricas que têm sido investigadas com o objetivo de constituir bases para um diálogo de saberes no contexto do ensino de ciências/química e questões ainda deixadas em aberto por tais articulações são apresentadas. Argumenta-se que a reflexão epistemológica sobre os saberes tradicionais no ensino de química é necessária para garantir coerência teórica entre (1) os objetivos de inserção de saberes tradicionais no currículo de ciências, (2) o <em>status</em> epistemológico que se confere à ciência/química frente a outras formas de conhecimento e (3) as questões éticas, históricas, sociais, culturais e políticas que permeiam o desenvolvimento da química e do ensino de química. Essa reflexão está iniciada na literatura, mas demanda ainda um olhar direcional para especificidades da química. Como exemplo, foram formuladas algumas questões em torno dos conceitos de substância e reação, bem como a respeito da circularidade e dualidade de conceitos químicos, como acidez e basicidade. Tais perguntas podem ser organizadas em torno de linhas de pesquisa num sentido de construção dessa desejada coerência teórica.</p>2024-12-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Saulo Quintana Gomeshttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/171Proposições Hermenêuticas à Filosofia da Educação Química2024-07-12T12:42:03+00:00Robson Simplicio de Sousarobsonsimplicio@hotmail.comMaria do Carmo Galiazzimcgaliazzi@gmail.com<p>Este texto apresenta a proposição de uma Filosofia da Educação Química em uma visão hermenêutica. Em um exercício ensaístico, parte de elementos de um campo específico de Filosofia da Educação em Ciências, proposto na década de 90 e estruturado nas décadas seguintes como uma articulação de três campos - Filosofia, Filosofia da Educação e Filosofia da Ciência/História da Ciência. Este campo nos possibilita pensarmos em uma Filosofia da Educação Química, assim como no campo de origem, em articulação entre Filosofia, Filosofia da Educação e Filosofia da Química/História da Química. Com foco no campo Filosofia da Química/História da Química, apontamos, então, para uma necessidade de olharmos para estas, junto com a Filosofia e a Filosofia da Educação como áreas do conhecimento cuja relação permite propor uma Filosofia da Educação Química. Posteriormente, procuramos articular a Filosofia da Educação Química a visão da Hermenêutica Filosófica do filósofo alemão Hans-Georg Gadamer. Esta proposição nasce incentivada pela mesma produção que origina a Filosofia da Educação em Ciências nos anos 90 e que produziu repercussões até a atualidade. Aproximamos, portanto, o campo de Filosofia da Química à Filosofia da Ciência Hermenêutica (Continental) cuja tradição explicita modos de pensar as ciências naturais pela via fenomenológica e hermenêutica. Finalmente, aproximamos conceitos da hermenêutica de Gadamer (ontologia, linguagem, método, verdade e outros) a alguns interlocutores da Filosofia da Química, de modo a evidenciar potencialidades à Filosofia da Educação Química pela via hermenêutica, aqui apresentadas como considerações são iniciais.</p>2024-12-15T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Robson Simplicio de Sousa, Maria do Carmo Galiazzihttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/176Questionar, Errar e Aprender Contribuições de Gaston Bachelard para a Filosofia e o Ensino de Química2024-11-21T11:44:30+00:00Matheus Almeida Bauer Zytkuewiszmalmeida.qt@gmail.com<p>O ensaio teórico aqui descrito teve como intenção primária explorar como as diversas contribuições do filósofo e epistemólogo Gaston Bachelard se relacionam com a filosofia da química, sobretudo seu entendimento sobre a natureza provisória do conhecimento, o qual pode ser relacionado intimamente com a natureza do conhecimento químico e suas particularidades. Em seguida, realizou-se um breve comentário e caracterização acerca de dois conceitos organizadores da epistemologia bachelardiana: a ruptura epistemológica e os obstáculos epistemológicos. Ao dissertar sobre tais conceitos, este ensaio procurou enfatizar como eles trazem implicações bastante significativas para a temática do ensino de química. Ao basear-se na ótica bachelardiana acerca da relação entre o questionamento e o erro, ilustrou-se como o emprego deles no ambiente de ensino revela grande potencial para o estabelecimento de uma pedagogia bachelardiana. Tal pedagogia reflete, do ponto de vista do docente, na adoção de uma abordagem ativa no ambiente de aprendizagem, bem como a construção de um ambiente seguro e robusto que encoraje os alunos a questionarem não somente os seus conhecimentos estabelecidos, mas também o conhecimento novo que lhes é apresentado. Tal ambiente de aprendizagem também deve promover o debate de ideias dos alunos com o docente e entre si sobre os diversos temas da química. Do ponto de vista do aluno, essa abordagem bachelardiana potencialmente propicia aos aprendizes o desenvolvimento do pensamento crítico, reflexivo, bem como a oportunidade para construírem e reconstruírem seus próprios conhecimentos. Como conclusão entendeu-se que tal ambiente de aprendizagem possibilita uma formação e preparação dos educandos mais adequada, além de capacitá-los com os conhecimentos, atitudes e comportamentos necessários para que eles não somente possuam um entendimento mais adequado sobre a natureza do conhecimento químico, mas também da lide científica.</p> <p> </p>2024-12-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Matheus Almeida Bauer Zytkuewiszhttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/163Práticas Experimentais de Química2024-07-12T12:08:50+00:00José Antonio Chamizojchamizo@unam.mx<p>O conhecimento disciplinar está sempre ligado a um contexto social de transmissão e a um grupo social, neste caso a comunidade química, que se reproduz. Por isso, o que hoje chamamos de química, tanto acadêmica quanto industrial, só pode ser compreendido levandose em conta as grandes mudanças, aqui identificadas como transformações químicas, que suas práticas tiveram ao longo da história. Exemplificando as dificuldades de aprendizagem dessas práticas devido à confusão entre objetos científicos e fórmulas químicas, discutese a importância das práticas experimentais, identificando que "em termos de ensino de química, o maior engano em que se pode incorrer é o de acreditar que se pode aprender química no quadro negro ou no papel sem a experimentação correspondente”.</p>2024-12-13T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 JOSE ANTONIO CHAMIZOhttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/189Metáforas, Hipoícones e a Filosofia da Química entre o Anime e o Mangá “Dr. Stone”2024-11-21T12:13:36+00:00Juliana Domingos da Silvajulianadomingosdsilva@gmail.comWaldmir Nascimento de Araujo Netowaldmir.neto@gmail.com<p>Este artigo analisa um espaço intermedial semiótico, criado entre o animê e o mangá <em>Dr. Stone</em>, com o objetivo de investigar de que maneira as metáforas visuais nessas modalidades de mídia podem promover discussões éticas no âmbito da filosofia da química. Fundamentado na teoria de Charles Peirce sobre a metáfora como hipoícone, o estudo se concentra na análise de instantes específicos selecionados tanto no animê quanto no mangá que representam metáforas visuais relacionadas à ética química. A metodologia envolve um ciclo que se inicia com a leitura do mangá, segue para a codificação da sequência correspondente no animê e retorna ao mangá para retomar os quadros correspondentes. Esse processo cria um espaço intermedial semiótico que reconhece a interinfluência das duas mídias na produção de sentidos. Foram selecionados <em>frames</em> e quadros que abrangem episódios e capítulos específicos onde temas como a idealização da ciência como força redentora, química de livre mercado, transumanismo e um mundo sem químicos são evidenciados. Essas metáforas permitem explorar possibilidades lógicas derivadas de isomorfismos e similaridades qualitativas, colaborando na compreensão de certos dilemas éticos da química. Os resultados da análise revelam que <em>Dr. Stone</em> oferece metáforas visuais poderosas que permitem examinar os desafios de equilibrar o progresso tecnológico com a responsabilidade social. O espaço metafórico visual criado permite criar situações para a prática docente, além de revelar como ícones certas complexidades éticas da prática dos químicos, e oferecer uma oportunidade para educadores incorporarem esses debates em suas atividades. A metáfora visual criada é uma ferramenta semiótica poderosa para explorar as responsabilidades éticas da ciência, ao mesmo tempo em que se manifesta como uma linha de partida para articulações entre filosofia da química e o ensino de química.</p>2024-12-27T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Juliana Domingos da Silva, Waldmir Nascimento de Araujo Netohttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/170A Tabela Periódica, os Modelos Atômicos e a Radioatividade: a materialidade na Química em episódios históricos dos séculos XIX e XX2024-07-12T12:33:17+00:00Fernanda Aparecida Bernardofernanda.apbe@gmail.comLucas Bombarda Marques Gomeslucas.bombarda@unesp.brLarissa Cabrallarissacabrallima@gmail.comLuciana Massiluciana.massi@unesp.br<p><span style="font-weight: 400;">O presente trabalho teve como objetivo interpretar o papel da materialidade do átomo na produção do conhecimento químico, por meio da análise de diferentes determinações históricas, ocorridas entre os séculos XIX e XX, que colaboraram para a compreensão da estrutura atômica. A materialidade, presente em discussões filosóficas sobre o realismo, se relaciona ao debate da própria existência do átomo, uma vez que essa é uma questão tanto para os cientistas da época quanto para a atual da filosofia química. O período histórico analisado é fruto de trabalhos anteriores sobre a tabela periódica, os modelos atômicos e a radioatividade, pois reconhecemos que eles representam uma síntese parcial das múltiplas determinações que corroboraram para o entendimento da materialidade do átomo que temos até o momento. Assim, a análise e complementação desses três episódios históricos apontou para a existência do átomo e colaborou para uma compreensão materialista da realidade, explicitando filosoficamente a importância desses conhecimentos para a química. Com isso, foi possível traçar também conexões com o ensino de química a partir da Pedagogia Histórico-Crítica, pois a história e filosofia dos conteúdos permitem justificá-los no currículo, além de contribuir para a formação de uma concepção de mundo do aluno que seja materialista, histórica e dialética.</span></p>2024-12-20T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Fernanda Aparecida Bernardo, Lucas Bombarda Marques Gomes, Larissa Cabral, Luciana Massihttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/182Indo além da Natureza da Ciência: a síntese química para promover a Filosofia da Química2024-11-12T14:07:05+00:00Evandro Fortes Rozentalskie.rozentalski@unifei.edu.brPaulo Alves Portopalporto@iq.usp.br<p>Desde a segunda metade do século XX, educadores, filósofos, historiadores e sociólogos da ciência argumentam pelo ensino da Natureza da Ciência na formação de cientistas, estudantes e professores de ciências. Isso foi motivado pela constatação de compreensões pouco elaboradas ou mesmo inadequadas sobre a Ciência, o trabalho do cientista e suas relações com a sociedade por parte daqueles sujeitos. Dentre as propostas, destaca-se a abordagem consensual da Natureza da Ciência, que consiste na seleção de aspectos consensuais ou pouco controversos discutidos no âmbito da Filosofia da Ciência que seriam adequados para a promoção de melhores compreensões sobre a Ciência. Ao longo das últimas décadas, essa abordagem adquiriu notoriedade e influenciou inúmeras pesquisas teóricas e empíricas relacionadas ao ensino da Natureza da Ciência. Apesar de suas contribuições, a abordagem consensual tem sido criticada por minimizar ou omitir as especificidades das diferentes disciplinas científicas. Sua adoção no âmbito da Educação Química não favoreceu a discussão e reflexão sobre problemas ontológicos, epistemológicos e éticos específicos da disciplina na formação de químicos e professores de Química. Assim, o objetivo deste artigo é delinear as contribuições da Filosofia da Química para problematizar, ampliar e ressignificar o seguinte aspecto comunicado pela abordagem consensual: cientistas realizam suas observações e explicações sem que isso implique na mudança do mundo natural. A síntese química é tomada como referência para discutir as limitações dessa compreensão. A produção de novas substâncias é reconhecida pela Filosofia da Química como uma das principais atividades dos químicos. Nessa atividade, os químicos criam artificialmente seus objetos de estudos, que não são dados <em>a priori </em>pela Natureza, e isso tem implicações de natureza ontológica, epistemológica e ética peculiares à Química. Com o exemplo da síntese química, busca-se fomentar novas pesquisas a respeito de outros temas, questões, ideias e contextos oriundos da Filosofia da Química para ir além da abordagem consensual da Natureza da Ciência na Educação Química.</p>2024-12-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Evandro Fortes Rozentalski, Paulo Alves Portohttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/202O Juízo Estético na Química: contribuições da Filosofia e da Educação Química2024-10-31T12:21:50+00:00Raquel Elisama Brito Alcântaraalcantara-raquel@outlook.comCarolina Santos Bonfimcarol.sb88@gmail.com<p>É consenso que falta diálogo entre a filosofia e a química, o que tem impactado o ensino dessa ciência. Esse descompasso representa uma lacuna em termos pedagógicos, visto que a filosofia da química é um importante fundamento para guiar e subsidiar práticas educacionais. Como forma de entrelaçar química e filosofia, destacamos a abordagem da estética no ensino, fortemente marcada por elementos visuais e linguísticos. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo compreender como o juízo estético tem sido abordado na química. Para isso, conduzimos um levantamento bibliográfico, de caráter exploratório, cujo <em>corpus</em> é constituído por revistas especializadas em filosofia da química e em periódicos centrados na educação química, a fim de articular ambas as áreas. Para a análise, seguimos princípios da Análise de Conteúdo de Bardin e adotamos as visões de estética discutidas por Immanuel Kant e Alfred North Whitehead. Como categorias, temos: 1) A importância do juízo estético na química; 2) A experiência estética na comunicação e na linguagem química; 3) Juízo estético nas representações químicas; 4) Química e arte: uma via para a estética no ensino de química; 5) A percepção da beleza em propostas e práticas de ensino. Embora a estética venha ganhando força no âmbito educacional, as contribuições no campo da filosofia da química têm sido mais significativas, necessitando articulação com ensino. Diversos aspectos e conhecimentos são apontados como promissores para abordar a interseção química-estética, como simetria, representações moleculares, mudanças de coloração, metáforas e analogias. Assim, o apelo estético na química tem se manifestado mais em seus objetos e símbolos do que na experiência que podem causar no indivíduo. No mais, a química encontra-se diretamente atrelada à arte nos trabalhos analisados, algo que deve ser ainda mais explorado em práticas educacionais, principalmente no nível básico. Esperamos que as reflexões aqui apresentadas contribuam tanto para práticas que considerem o aspecto estético da química com intencionalidade pedagógica e epistemológica quanto para o fortalecimento da química enquanto ciência, uma vez que o juízo estético também influencia na produção de seu conhecimento.</p>2024-12-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Raquel Elisama Brito Alcântara, Carolina Santos Bonfimhttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/185Problemas Ontológicos dos Conceitos Químicos: uma revisão bibliográfica2024-11-07T12:23:53+00:00Samuell de Queiroz Vilas Boas Santossamuellqueirozzz@gmail.com<p><span style="font-weight: 400;">A filosofia da química investiga e os fundamentos ontológicos dos conceitos químicos. Questões como a estrutura conceitual, a mereologia, o reducionismo e a natureza das substâncias são centrais nesse campo. Nessa perspectiva, de modo a realizar um panorama geral desse campo, realizou-se uma pesquisa do tipo bibliográfica, com o objetivo de identificar os principais problemas ontológicos na química. A filosofia da química foi o objeto de pesquisa, sendo que a investigação se concentrou em duas das principais revistas acadêmicas especializadas, Hyle e Foundations of Chemistry. Autores influentes como Eric Scerri e Vanessa Seifert exploram abordagens variadas, desde interpretações estruturalistas até visões mais dinâmicas dos processos químicos. A discussão sobre a mereologia destaca-se ao examinar as relações parte-todo nos sistemas químicos, enfatizando as propriedades emergentes que surgem de interações complexas entre componentes químicos. O debate sobre o reducionismo na filosofia da química oscila entre a integração completa da química aos princípios físicos fundamentais e a defesa da autonomia ontológica da química como disciplina. Este debate é crucial para entender como os níveis de explicação na química se relacionam com outras ciências naturais e se as propriedades químicas podem ser completamente reduzidas a leis físicas mais fundamentais. A definição de substância química emerge como um ponto crítico na filosofia da química, influenciada por diferentes perspectivas epistemológicas que moldam como concebemos entidades químicas individuais e suas propriedades distintivas. Esse aspecto reflete a interação entre teorias científicas e </span><span style="font-weight: 400;">conceitos filosóficos subjacentes que moldam nossa compreensão das entidades químicas no mundo natural. A filosofia do processo na química enfatiza a dinâmica e a temporalidade dos fenômenos químicos, ressaltando o papel do contexto e das condições ambientais na determinação das transformações químicas. Essa abordagem destaca como os processos químicos não são apenas estáticos, mas também evolutivos e dependentes de uma série de fatores contextuais que influenciam suas dinâmicas.</span></p>2024-12-22T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Samuell de Queiroz Vilas Boas Santoshttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/161A Tabela Periódica em Espiral de Luis Bravo: uma atualização científico-filosófica2024-08-29T11:49:47+00:00Martin Labarca Martinmglabarca@gmail.com<p style="font-weight: 400;">As tabelas em espiral têm uma longa tradição na representação do sistema periódico dos elementos. Diferentemente da tabela periódica padrão, com metade do comprimento ou 18 colunas, comumente usada, a principal virtude da representação em espiral está na ideia de continuidade e periodicidade entre os elementos. O químico uruguaio Luis Bravo desenvolveu uma tabela em espiral publicada em 1974, que foi amplamente usada no ensino de química geral e inorgânica no Uruguai até meados da década de 1990. O objetivo deste artigo é apresentar uma atualização dessa tabela à luz das pesquisas científico-filosóficas mais recentes.</p>2024-12-15T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Martin Labarca Martinhttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/162O Realismo Científico na Química e a Intuição Química do Espaço: considerações filosóficas e aplicações no ensino2024-11-21T11:37:28+00:00Artur Aldit.aldi81@gmail.comCarmen Fernandezcarmen@iq.usp.br<p>O realismo é um conceito que vem sido debatido há décadas nos campos da filosofia e da filosofia das ciências, ao longo das quais tem sido abordado, defendido e criticado de diversas maneiras e perspectivas. Apresentando um caráter polêmico, o debate do realismo também possui grandes implicações sobre a natureza do conhecimento científico e a ontologia da ciência, pois toca a questão sobre a relação entre ciência e realidade. Neste artigo buscaremos apresentar o debate acerca do realismo, mostrando a disputa a respeito do significado de tal conceito, bem como de seu valor epistemológico quando tomado como doutrina da filosofia da ciência ou como aspecto do conhecimento científico. Em especial, mostraremos como o realismo tem sido abordado na literatura de filosofia da química, segundo a qual o realismo consiste em uma importante e indissociável faceta da epistemologia química como a conhecemos. Contribuindo com essa perspectiva sobre o tema, buscaremos demonstrar, através de subsídios da filosofia de Gaston Bachelard, que o realismo químico está diretamente relacionado com a maneira como os químicos intuem o espaço dos átomos, moléculas e dos processos químicos como um todo. A dimensão espacial do realismo, uma vez compreendida, permite trazer novas análises sobre o caráter realista dos conceitos e modelos químicos. Por fim, mostraremos como as considerações filosóficas feitas aqui podem ser aplicadas no ensino, tomando como exemplo o modelo didático da pilha de Daniell, e ressaltaremos a importância de promover um ensino de conceitos que esteja em concordância com a filosofia do campo que o originou.</p>2024-12-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Artur Aldi, Carmen Fernandezhttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/172Interfaces entre Filosofia da Química e Educação Química: diálogos inadiáveis para a educação contemporânea2024-10-24T12:41:14+00:00Néstor Alexander Zambrano-Gonzálezalexzambranogo@gmail.com<p>Desde a década de 1990, a Filosofia da Química tem se constituído formalmente como campo disciplinar e, ao longo desses quase trinta anos de trajetória, tem buscado se consolidar dentro dos pilares da Educação Química, auxiliando os professores da área na elucidação, delineamento, seleção, compreensão e contextualização de diferentes núcleos problematizadores, a partir de suas contribuições nas dimensões ontológicas, epistemológicas, heurístico-metodológicas, axiológicas e relativas à mediação didática e ao conhecimento pedagógico do conteúdo. Entretanto, apesar de seu inegável crescimento, representado em inúmeros trabalhos de investigação, desdobramentos teóricos, grupos de pesquisa, eventos e publicações, esse processo histórico não se deu de forma linear ou mesmo articulada, de modo que, em seu desenvolvimento, as fronteiras se tornaram mais nítidas e as interfaces cada vez mais opacas. O objetivo deste trabalho é refletir sobre o potencial que a relação entre os campos disciplinares <em>Filosofia/Educação</em> representa para o ensino de química na sociedade contemporânea. Para tanto, utilizamos uma metodologia descritivo-interpretativa, baseada em uma perspectiva qualitativa vinculada a diálogos reflexivos com a literatura. Os resultados mostram três interfaces possíveis decorrentes da interação entre os eixos que compõem a tríade <em>Química-Filosofia-Educação</em> que são discutidas de forma sequencial: Currículo, Formação Profissional e Didática da Química. As considerações finais desta pesquisa, apontam para o fato de que esses diálogos são cada vez mais urgentes e que as interlocuções entre a Filosofia da Química e a Educação Química convergem em torno ao desafio de transformar as formas clássicas de ensinar e aprender essa ciência diante de fenômenos dinâmicos, diversos e de complexidade crescente.</p>2024-12-20T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Néstor Alexander Zambrano-Gonzálezhttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/169A Unidade Dialética Teoria e Prática na Química: filosofias e a formação inicial de licenciados em Química2024-10-31T12:03:31+00:00Alan Patrick Cerqueira Silvaalanpcsilva@hotmail.comRafael Moreira Siqueirarafael.siqueira@ufba.br<p><span style="font-weight: 400;">Tendo ciência da escassez de publicações no campo da História e Filosofia da Ciência para o Ensino de Química, este empreendimento foi efetuado visando discorrer sobre o que se tem conhecimento sobre a relação entre teoria e prática dentro do campo da Filosofia da Ciência e sua relação com a Filosofia da Química, em uma perspectiva marxista. Para embasar esse trabalho, nos debruçamos sobre o entendimento de prática na Filosofia de Vázquez e na Filosofia da Química, em suma: a compreensão desta categoria como concretização da atividade teleológica humana no mundo material enquanto na ciência se manifesta de modo interdependente da teoria, em movimento dialético. Dessa maneira, foi realizada uma discussão a partir da literatura em Filosofia da Ciência que apresente relação com esta unidade dialética, criticando os discursos que põem a teoria em primazia a fim de repensar o Currículo de Filosofia das Ciências para Licenciados em Química e incluir as especificidades filosóficas da Química nestes cursos. Por fim, é notado que as características da Química como uma ciência utilitária, sua pragmaticidade e sua epistemologia relacional a colocam em uma posição de saber tecnocientífico ideal para corporificação desta unidade dialética teoria e prática no fazer científico.</span></p>2024-12-22T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Alan Patrick Cerqueira Silva, Rafael Moreira Siqueirahttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/109Uma Proposta de Mapa Conceitual Digital para Compreensão dos Conceitos de Multiletramentos e Multimodalidade2024-05-20T20:24:47+00:00José Odair da Trindadeodair.trindade@unesp.brIsabela Pereira Ferrazisabela.ferraz@unesp.brPatrícia Fernanda de Oliveira Cabralpatricia.cabral@unesp.brAguinaldo Robinson de Souzaaguinaldo.robinson@unesp.br<p>Este estudo propõe dois mapas conceituais digitais para facilitar a compreensão dos conceitos de multiletramentos e multimodalidade, importantes para a análise de imagens em livros didáticos de Ciências. Por meio da integração desses conceitos, realizou-se uma análise mais detalhada de imagens presentes em um livro didático de Ciências, voltado para os anos finais do Ensino Fundamental. A compreensão dos conceitos de multiletramentos e multimodalidade torna-se cada vez mais relevante, tendo em vista que o acesso à informação e à comunicação ocorrem de forma intensa e em diversos formatos. O mapa conceitual digital é uma ferramenta que pode auxiliar na organização desses conceitos e na sua compreensão de forma mais clara e objetiva. A utilização destes como ferramenta de análise, por sua vez, permite uma investigação mais profunda das imagens presentes nos livros didáticos de Ciências, que muitas vezes são utilizadas para o ensino de conceitos científicos. A partir dessa análise, é possível identificar como os modos semióticos visuais são utilizados na construção do conhecimento científico, bem como avaliar a eficácia dessas imagens como ferramenta pedagógica. Dessa forma, a proposta de mapa conceitual digital apresentada neste trabalho tem um caráter inovador para a leitura e compreensão de conceitos sobre multiletramentos e multimodalidade, materializados, por exemplo, nos recursos digitais que permitem combinar diferentes modos semióticos, como palavras, gestos, sons e imagens. O crescente uso de recursos multimodais destaca cada vez mais a imagem na sociedade, tornando-a um elemento chave na comunicação contemporânea. Posteriormente, os conceitos de multiletramentos e multimodalidade serão integrados às categorias de análise da Gramática do Design Visual, desenvolvida por Kress e van Leeuwen, o que permitirá a realização de um estudo mais detalhado das imagens presentes em livros didáticos de Ciências dos Anos Finais do Ensino Fundamental, de forma a avançar a análise para temas como, por exemplo, o conceito de átomo.</p>2024-07-12T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 José Odair da Trindade, Isabela Pereira Ferraz, Patrícia Fernanda de Oliveira Cabral, Aguinaldo Robinson de Souzahttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/158De um Simples Modelo à Complexidade de um Sistema Dinâmico: a transformação dos estados físicos e a tempestade2024-10-13T23:33:21+00:00Paulo Vitor Teodoropaulovitorteodoro@yahoo.com.brPaulo Sallespssalles@gmail.comRicardo Gauchericardogauche@gmail.com<p>O presente estudo apresenta resultados de uma pesquisa que buscou se apropriar de técnicas da Inteligência Artificial (IA), por meio do Raciocínio Qualitativo (RQ), para representar funções matemáticas sem o uso de números e com relações de causalidade explicitamente identificadas, para a construção de modelos qualitativos de simulação no ensino de Ciências e Química. Estudos anteriores demonstram o potencial do RQ para abordar sistemas dinâmicos por meio de atividades que exploram, com o apoio de modelos de simulação, o uso de raciocínio hipotético – dedutivo para analisar conceitos complexos, e ampliar o leque de materiais e atividades disponíveis para os professores. Para tanto, adotamos a plataforma de modelagem <em>DynaLearn</em> (<a href="http://www.dynalearn.eu">www.dynalearn.eu</a>), um <em>software</em> de interface gráfica, com seis níveis de aprendizagem, denominados <em>Learning Spaces (LS</em>), gradativamente mais complexos, que facilitam a construção de modelos e a apresentação dos resultados de simulações. Dessa forma, construímos um conjunto de três modelos qualitativos capazes de descrever a transição dos estados de agregação da água, assim como os seus processos envolvidos. Iniciamos com um simples modelo, para representar a transição dos estados físicos da água. Ainda que sem uma explicação causal, o modelo sinaliza pontos e intervalos, evidenciando que uma substância não altera o seu estado de agregação, sem antes iniciar e findar a mudança de cada estado. Depois, o ampliamos o cenário, incluindo diferentes relações de causalidade e processos. Em seguida, contextualizamos os modelos a partir da aplicação em um fenômeno natural, que constantemente acontece no Brasil: o caso das tempestades. Os modelos trazidos, neste texto, são potentes para serem utilizados no ensino de Ciências e Química, apresentando a principal explicação para a transição dos estados físicos, que dificilmente são abordados em sala de aula: as trocas de energia.</p>2024-11-15T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Paulo Vitor Teodoro, Paulo Salles, Ricardo Gauchehttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/150Concepções de Docência em 50 anos de Educação Química Brasileira2024-11-14T15:52:34+00:00Roseli Pacheco Schnetzlerrpschent@gmail.com<p>Neste artigo são identificadas e fundamentadas quatro concepções de docência Química - simplista, dialógica, diálogo-contextualizada, programática-rígida - em 50 anos de Educação Química brasileira, segundo os períodos de 1960-1989, 1990-2015 e 2016 a 2023. Seu principal objetivo é o de renovar e incentivar conquistas obtidas no segundo período onde a docência em Química mostrou-se ser mais produtiva e significativa para a melhoria do Ensino Médio e da Formação Docente naquela área. Por meio de revisão bibliográfica, análise de conteúdo e história de vida, a autora discute as principais características daquelas docências materializando-as em seus depoimentos como professora e formadora de professores de Química.</p>2024-12-13T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Roseli Pacheco Schnetzlerhttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/146A Química Intermediada em Contexto Bilíngue: uma compreensão a partir do Círculo de Bakhtin2024-08-15T14:13:25+00:00Lidiane de Lemos Soares Pereiralidiane.pereira@ifg.edu.brThalita Costa Curado Souzathalitacurado@gmail.comAnna Maria Canavarro Beniteanna@ufg.br<p>Esta pesquisa tem por objetivo refletir sobre a química intermediada no contexto bilíngue (Libras-Português), quando da utilização de sinais que podem acarretar uma elaboração de um conceito errôneo. Para tanto, apresentamos e discutimos um episódio de ensino que ocorreu durante uma sequência didática de um curso de extensão voltado para surdos. A sequência didática foi constituída de oito intervenções pedagógicas que versaram sobre o reconhecimento de transformações químicas, acompanhadas ou não por evidências visíveis e conservação da massa nessas transformações, a partir de atividades de experimentação. Os dados foram coletados via registro fílmico e foram traduzidos, transcritos e analisados conforme a análise dialógica do discurso. Nossos resultados apontam que o processo de intermediação em uma sala de aula de surdos não é isento de interferências e que a qualidade da intermediação propiciada pelo tradutor/intérprete de Libras/português (TILP) dependerá do planejamento conjunto entre professor e TILP, bem como das escolhas lexicais apropriadas para a elaboração dos conceitos científicos.</p>2024-11-15T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Lidiane de Lemos Soares Pereira, Thalita Costa Curado Souza, Anna Maria Canavarro Benitehttps://sbenq.org.br/revista/index.php/rsbenq/article/view/112Para Além do Lúdico: formação de professores de química para aplicação de jogos educativos no contexto escolar2024-08-27T11:37:02+00:00Fabio Daniel Tavaresfabio.d.tavares@unesp.brAguinaldo Robinson de Souzaaguinaldo.robinson@unesp.br<p>O jogo educativo (JE) é um recurso capaz de promover o desenvolvimento de habilidades e competências e atingir a desejada aprendizagem significativa, mas isto não significa que sua implementação seja suficiente para alcançar os objetivos educacionais atuais estipulados para o ensino de química. Neste cenário, torna-se essencial integrar ao jogo outros conhecimentos, circunstância a qual exige uma formação docente, ao mesmo tempo, centrada no e dispersa do lúdico, necessária para se pensar além da concepção do JE. Neste sentido, o presente trabalho constitui-se uma revisão de literatura com foco no IV Encontro Nacional de Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química, Física e Biologia (JALEQUIM), com o objetivo de obter indícios a respeito do estado atual da formação de licenciados em química. Através da metodologia de análise de conteúdo (Bardin, 2016), foram selecionadas 50 produções entre resumos e trabalhos completos, as quais versam sobre jogos no ensino de química. Após análise dos trabalhos selecionados, constatou-se que apenas 12 JE’s foram construídos incorporando a sua proposta outros conhecimentos pedagógicos além do lúdico e ainda observa-se uma tendência de repetição de propostas baseadas em perguntas e respostas. Atribui-se a este cenário a tendência de os docentes elaborarem jogos que desenvolvem os conceitos por meio de uma dinâmica de respostas a perguntas, estratégia pouco cognitiva. Este fato é um forte indício da necessidade de ampliação das discussões sobre a elaboração e aplicação de jogos no ensino nos centros de formação, reforçando as evidências apontadas na literatura e comprovando que ainda há um longo caminho a ser superado para a resolução dos problemas existentes na área.</p>2024-12-13T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Fabio Daniel Tavares, Aguinaldo Robinson de Souza